sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Freud e o inconsciente

Sigmund Freud nasceu em Freiberg, na Morávia, hoje Pibor, na República Checa.

Durante cerca de um ano (1885-1886) estudou em Paris, com o professor Jean Charcot, que recorria à hipnose para tratar a histeria. Sãs as experiências com Charcot que o levam a pôr a hipótese da existência do inconsciente, isto é, de uma instância do psiquismo que se desconhece. Esta hipótese é aprofundada com o trabalho que vai desenvolver com Breuer, que recorre à hipnose como terapia para os sintomas histéricos. Os dois consideram que a causa das perturbações teria de ser procurada no inconsciente do doente, onde estavam retidas recordações traumáticas.



A experiência com Charcot e Breuer, leva Freud a concluir que não é possível compreender muitos aspetos do comportamento humano, se apenas admitirmos a existência do consciente.
A ideia de que o ser humano é racional e que através da introspecção conheceria o fundamental de si próprio - a consciência - vai ser negada por Freud. Para se compreender o ser humano, tem de se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, tendências e recordações recalcadas, essencialmente de caráter sexual.





Então, Freud apresenta em dois momentos duas interpretações do psiquismo da mente humana: a primeira e segunda tópica.
Na primeira tópica, recorre à imagem do icebergue: o consciente corresponde à parte visível, enquanto o inconsciente corresponde à parte invisível e submersa do icebergue. O inconsciente é uma zona muito maior, em comparação com o consciente e tem um papel muito importante no comportamento. É possível aceder ao consciente através da introspecção. Por sua vez, os materiais inconscientes, que não são acessíveis através da auto-análise, tendem a tornar-se conscientes. Contudo, há uma censura que impede este acesso aos desejos inconscientes, recalcando-os. O recalcamento é um mecanismo de defesa que devolve ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes.


A partir de 1920, apresenta a segunda teoria do psiquismo, constituída por 3 instâncias: id, ego e superego.

O id é a zona inconsciente, instintiva e primitiva, a partir da qual se formam o ego e o superego. Existe desde o nascimento e está desligado do real, não se orientando por normas ou princípios morais, sociais ou lógicos. Rege-se pelo principio do prazer, que tem como objetivo a satisfação imediata das nossas necessidades. A maioria destes desejos é de caráter sexual, sendo o id o reservatório da libido, energia das pulsões sexuais.

O ego é a zona consciente, que se forma em consequência do id. Rege-se pelo principio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e selecionando quais os desejos do id que devem ser satisfeitos. Forma-se durante o primeiro ano de vida e assume-se como um mediador que tem de ser capaz de equilibrar as pressões que recebe tanto do id, como do superego.

O superego é a zona correspondente à interiorização das normas, dos valores sociais e morais. Resulta do processo de socialização e sobretudo, da interiorização de modelos pré-definidos de comportamento estabelecidos pelas pessoas de grande influência no sujeito. Forma-se entre os 3 e os 5 anos e pressiona o ego a fim de controlar o id.
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Marta Melo 12ºB

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