terça-feira, 15 de março de 2016

Relaçao mãe-bebé

     Nos primeiros tempos de vida, grande parte da aprendizagem da criança verifica-se no plano do desenvolvimento social e afectivo.Esta aprende a interagir com os outros e forma laços afectivos e pessoais. O desenvolvimento e a socialização desde do início da vida dependem um do outro e não se dão separadamente.
        
     Com o corte do cordão umbilical termina uma ligação física muito íntima em relação à mãe e começa e desenvolver-se uma ligação emocional e afectiva. A mãe é, nos primeiros tempos de vida, o elemento principal social e afectivo da criança.
      
     A relação mãe-bebé é a primeira forma de socialização e tem consequências duráveis e importantes do ponto de vista social e emocional. A vinculação é o laço afectivo especial que se desenvolve entre o bebé e a pessoa que dele cuida e que lhe dá segurança emocional e conforto.
       
     Segundo Freud, o apego ou vinculação à mãe deriva do facto de ela estar associada à redução de necessidades e tensões fisiológicas como a fome, a sede e a dor. Segundo os behavioristas, o apego à mãe também deriva da satisfação das necessidades fisiológicas.
     
      Segundo Bowbly, a ruptura do laço afectivo e emocional com a mãe  nos primeiros anos de vida tem graves repercussões no desenvolvimento intelectual, social e emocional da criança, estando na raiz de perturbações comportamentais, de insegurança e de insociabilidade. Para este psicanalista de crianças o medo do desconhecido era a base da vinculação. Perdido o vínculo, esse medo reaparece e dá origem a desequilíbrios comportamentais.
     
  João Carneiro

Behaviorismo









 Esta teoria teve início em 1913, com um manifesto criado por John B. Watson – “A Psicologia como um comportamentista a vê". Nele o autor defende que a psicologia não deveria estudar processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista.

Estímulo – conjunto de excitações que agem sobre o organismo, quer do meio externo (elemento ou objeto do meio), quer do meio interno (modificação interna do organismo);

Situação – conjunto complexo de estímulos, que determinam o comportamento;

Resposta – unidade de comportamento (o comportamento é um conjunto de respostas);


 Nesta época vigorava o modelo behaviorista de S-R, ou seja, de resposta a um estímulo, motor gerador do comportamento humano. Watson é conhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico ou Clássico, que crê ser possível prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio em que o indivíduo vive e nas teorias do russo Ivan Pavlov sobre o condicionamento – a conhecida experiência com o cachorro, que saliva ao ver comida, mas também ao mínimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua refeição.


Condicionamento clássico (Pavlov)


Aquisição de uma resposta observável (comportamento) a um estímulo também observável que, sendo inicialmente neutro (não desencadeando uma resposta específica), adquiriu propriedades de um outro estímulo (incondicionado, produtor de resposta específica, incondicionada) com o qual foi sistematicamente associado ou conjugado (passando a estímulo condicionado, produzindo uma resposta condicionada, idêntica à resposta incondicionada). 

Explica algumas aprendizagens, baseadas em associações de estímulos que geram automatismos (reflexos condicionados), que não são controladas pelos sujeitos nem dependem da sua consciência (pensamentos e/ou expectativas); explica também a aquisição de medos.






Assim, qualquer modificação orgânica resultante de um estímulo do meio-ambiente pode provocar as manifestações do comportamento, principalmente mudanças no sistema glandular e também no motor. Mas nem toda conduta individual pode ser detetada seguindo-se esse modelo teórico, daí a geração de outras teses. Eduard C. Tolman propõe o Neobehaviorismo Mediacional ao publicar, em 1932, sua obra “Purposive behavior in animal and men”.

Esta linha de pensamento conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento diferente e, de certa forma, previsível. Tolman, ao contrário de Watson, vale-se dos processos mentais em suas pesquisas, reestruturando a linha mentalista através da simbologia comportamental. Ele via também no comportamento uma intencionalidade, um objetivo a ser alcançado, com traços de uma intensa persistência na perseguição desta meta. Por estas características presentes em sua teoria, este autor é considerado, portanto, um precursor da Psicologia Cognitiva.



Skinner criou, na década de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosófica sobre o comportamento do homem. Ele foi radicalmente contra causas internas, ou seja, mentais, para explicar a conduta humana e negou também a realidade e a atuação dos elementos cognitivos, opondo-se à conceção de Watson, que só não estendia seus estudos aos fenômenos mentais pelas limitações da metodologia, não por eles serem irreais. Skinner recusa-se igualmente a crer na existência das variáveis mediacionais de Tolman. Em resumo, ele acredita que o indivíduo é um ser único, homogêneo, não um todo constituído de corpo e mente.
 


 
Condicionamento operante (Skinner)

Os comportamentos são aprendidos em função não só dos estímulos antecedentes, mas também e sobretudo dos estímulos consequentes (estímulos que se lhe seguem), numa relação contingencial:

 • São fortalecidos se as consequências são positivas (reforços)

  • São enfraquecidos ou desaparecem na ausência de reforços (extinção) ou se as consequências são negativas (punições).



  Tiago Martins