O desenvolvimento cerebral do
Homem acontece muito mais lentamente do que em qualquer outro ser vivo. Da
mesma forma, o desenvolvimento cerebral acontece muito mais lentamente do que o
de qualquer outro órgão.
Do mesmo modo que é a
prematuridade/neotenia do ser humano que lhe permite aprender e adaptar-se ao
meio, é também o carácter embrionário do cérebro que permite a adaptação
biológica do homem, mesmo no estado adulto. O carácter imaturo do cérebro
humano mantém-se durante toda a vida, de maneira que continuem a ocorrer
modificações sináticas e renovação de neurónios, essenciais à adaptação.
Então, podemos afirmar que é
a lentificação do desenvolvimento cerebral que permite a individuação, ou seja,
que permite que não existam 2 cérebros iguais. O cérebro pode apresentar
múltiplas configurações, sendo diferente até entre gémeos.
O processo de individuação –
distinção/ criação do indivíduo único, ultrapassa a pré-programação genética e
deixa-se influenciar por experiências do meio desde o útero até à morte.
No ser humano, há lugar para
a variação individual, paralelamente às instruções genéticas.
O cérebro é um órgão maleável
que se modifica consoante as experiências, as perceções, as ações e os
comportamentos. Assim, a relação entre o indivíduo e o meio produz modificações
cujo único objetivo é melhorar a adaptação e evoluir na aprendizagem.
A plasticidade cerebral é a
capacidade do cérebro se remodelar em função das experiências do sujeito, em
reformular as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio
ambiente. As redes neuronais modificam-se em função das experiências vividas e
é esta plasticidade fisiológica que permite a aprendizagem ao longo da vida.
Contudo, apesar de estar dividido em zonas com funções específicas, o cérebro
trabalha como
um todo, ou seja, como uma rede funcional. Assim, todos os
fenómenos de aprendizagem,
linguagem, memória, etc, são dependentes do
funcionamento integrado de várias áreas
corticais. Assim, o cérebro funciona de
uma forma sistémica porque é constituído por um conjunto de elementos em que as
componentes especializadas são interdependentes e funcionam, de forma
integrada. É um todo, um sistema unitário que atua de forma interativa e
autónoma.
Marta Melo 12ºB
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